segunda-feira, 30 de abril de 2012

Querido diário (Crônicas redundantes do dia-a-dia II)

Querido diário,

Nos conhecemos há tanto e hoje tomei consciência de que estou ficando velha para conversarmos. Enfim, apenas tomei consciência, porque continuarei a relatar-te sempre que puder.

A semana que se passou foi deveras estranha- não que minhas semanas sejam normais, mas. 

Vou te poupar dos maiores detalhes cronológicos.

Sem mais delongas! Foi assim...

Ia eu para a faculdade de ônibus, ás 6 da manhã, sentada nos bancos lá do fundo- já reparou, querido, sempre que te escrevo lembro-me do que aconteceu dentro do coletivo, onde estava sentada, ou o que gostaria que acontecesse?- e uma moça de uns 28 anos sentou ao meu lado direito. Bom, do meu lado esquerdo sentou- se uma enfermeira (julgo assim por ela estar vestida toda de branco e ser pouquíssimo provável ser médica... Bom, poderia ser esteticista, mas fiquemos com enfermeira). Á nossa frente havia um homem com cabelo black power e, em pé no corredor, mas lááá na frente uma moça conversando no celular.

Foi quando comecei a reparar essas pessoas: a Srta 28 (assim a apelidei) passava maquiagem, parecia que ia a uma festa. De verdade, diário, estava exagerado! Sombra azul marinho e batom vermelho durante o dia? Presumi que fosse secretária: tanto pelas vestimentas quanto pela maquiagem "caprichada". O Srto Black Power era bonito, muito estiloso, não tinha aliança e fazia designer, pois lia um livro sobre. Foi o que deu para concluir. Agora, as outras duas moças eram interessantíssimas: a Srta Celular conversava com a mãe, feliz da vida, porque não havia, mais uma vez, passado no exame de legislação: era a quinta tentativa dela! A Sra Enfermeira, ahhhh a Sra Enfermeira, que pessoa! Daria uma unha do mindinho do pé para saber o que estava pensando! Se daria! A Sra. balançava a cabeça fazendo sinais de "sim" ou de "não" de acordo com seu pensamento! Isso quando, com maestria, indicava estar na dúvida. Ela se contrariava, afirmava, revoltava... Que atriz esplêndida não daria!!!

Outro dia sentei ao lado de uma moça que... Bem, a culpa não foi dela, mas da curva! Ela dormiu e caiu encima de mim (eu estava do lado do corredor). Quase fomos as duas para o chão! kkkk` Foi engraçado: livros de direito para um lado e de engenharia para o outro. E, então, me contou que estava indo para a aula, porém se atrasara... blá blá blá

Mas o dia mais legal, mais legal, mais legal MESMO foi o dia dos hippies, querido! Ninguém quis acreditar em mim, mas eu sei que você, meu fiel escudeiro, irá!

Estava na Praça 7, aqui em BH, observando os hippies e pensando "caramba, se eles tomassem banho seriam bonitos! Aquele de olhos verdes...". Ouvia as conversas e uma delas falava sobre "maconha chinesa", não sei o que é isso e ainda não tive tempo de pesquisar. Mandei sms para todos, mas acharam que EU estava a usar "maconha chinesa". Tive que explicar que não tomara suco de laranja, fumara, bebera ou cheirara. Porém, um grupo deles me chamou a atenção: o hippie dos olhos verdes, o da touca de Bob Marley, o moreno e o das tatoos. Por fim, concluí que quero um dread de lã. Vou ficar bem?

Neste mesmo dia entrei no ônibus onibos e uma mulher reclamava desesperadamente! Reclamava como se tivesse sido roubada! Como se a vida pós uma progressiva não valesse a pena. Acredite se quiser! Ela reclamava porque havia ido a um salão, de acordo com ela, pela primeira vez na vida e o cabeleireiro tinha acabado com o seu cabelo, porque ele ficou liso, cortou muito, ela o odiava, nunca mais iria a um salão na vida, que a mãe quem fazia tudo no cabelo nela desde sempre blá, blá blá ... Poupe-me.

Resolvi olhar pela janela. Sabe quem vi, em um ponto da cidade totalmente diferente do primeiro, no mesmo dia? Os hippies da praça 7. É o destino nos aproximando! kkkk'Ah, como você é engraçado!

Escrevi muito hoje?! Espero que tenha cinco minutos para mim! =)

Até outro dia, querido diário.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Casal...

de amigos.

Foi em um dia à noite, não recordo-me qual, em que os dois combinaram de sair.

"Bela noite chuvosa", ela diria.

Não sei por qual carga d'água, ela esqueceu-se de contar este e outros por menores da história foram ao Carrefour- aquele de Contagem, na BR, sabe?- comprar... Bom, também não sei! A questão é que foram e estavam muito felizes brincando e ando e ando na lanchonete. 

Horário: 20:30! Alguém avisou-lhes que o último ônibus partiria dali a cinco minutos.

Como o cenário muda quando se calça um salto doze! Correria até o ponto. Ele sempre andando de costas, à frente dela e segurando suas mãos para que não caísse. Tropeço: desculpa para um abraço e risadas. A fina chuva não os incomodava, ou a lama, ou as poças d'água.

Chegaram no ponto. Só eles entendiam o motivo de tantos abraços e gargalhadas.

Esperavam por um ônibus verde que fosse até a Estação Diamante. Referência.

Subiram no coletivo. Ela primeiro, como bom cavalheiro que ele é.

Sentaram-se nos primeiros bancos pós porta central do coletivo.

Ela aninhou-se nos braços do amigo e ele a abraçou. "Aconchegante", mais uma vez ela diria.

O tempo corria, mas queriam que parasse.

Foi quando um garotinho, daqueles bem pentelhinhos, parou em pé, no corredor, ao lado dos dois. 

O amigo, que sentava à janela, perguntou ao garoto- curiosamente os olhando- : "Gostou da minha bermuda?". A garota, que até então não atinara para a roupa dele, estupefou-se ao processar tênis, blusa de frio e calça jeans, não bermuda: sorriu. Mas a criança, talvez sem entender ou perceber, de prontidão disse: "Sim". Então o outro perguntou "Gostou dos sapatos dela?". Ela repassou toda sua vestimenta: salto, calça jeans e blusa 3/4, de malha, marrom e com detalhes na gola. A criança: "Sim".

O casal de amigos trocou olhares cúmplices. Mais uma vez ele a surpreendeu perguntando ao moleque: "Quer que eu a beije?".

Choque...
Suor...
Calafrio...
Palpitação...
Adrenalina...
Ansiedade nos olhos...

Ele queria beijá-la? Ela queria beijá-lo! E o acontecimento dependia de um desconhecido que disse... "Sim".

Olhar...Sorrisos...Satisfação...Beijo!

(Fim da primeira parte =])